quinta-feira, 29 de março de 2007

Marco Bologna da TAM

O serviço prestado por essa empresa proporciona a alguns poucos clientes um tremendo frio na barriga misturado com o sentimento de medo, porém para muitos, é uma sensação única, bastante prazerosa e um dos sonhos da humanidade que foi realizado pela primeira vez, há 100 anos por um brasileiro, pois afinal de contas: Você Nasceu Para Voar!

Essa empresa é 100% nacional, fundada no início da década de 60 e se tornando a maior companhia do setor com quase 50% de market share, cobrindo toda a extensão do território nacional, transportando em 2006 22,5 milhões de passageiros nas 48 cidades de sua operação e no mercado internacional 2,5 milhões em seus 11 destinos além daqueles realizados através de acordos comerciais com as maiores companhias do mundo.

O sucesso dessa companhia se deve em parte pela herança de rotas de três tradicionais empresas que acabaram deixando de existir por má administração, mas sua maior performance se deve a competência e a paixão na qual seu fundador conduziu os negócios da empresa até 2001, ano de sua morte. Esse homem foi o saudoso Comandante Rolim e até hoje seu DNA está impregnado na filosofia e nas ações corporativas da TAM que atualmente conta com 100 aeronaves (Airbus A330, A320, A319, MD-11 e Fokker-100) e com mais de 13.000 funcionários.

Nosso convidado de hoje é Marco Antonio Bologna, presidente da TAM desde Janeiro de 2004 e o responsável por conduzir e manter a companhia na liderança do mercado de aviação no Brasil.

Blog: O Blog Ética nos Negócios agradece a presença do CEO da TAM. É uma imensa satisfação recebe-lo. Como sempre fazemos, queremos iniciar esta entrevista conhecendo a pessoa do Marco Antonio Bologna. Fale de você!

Marco Bologna: Sou paulistano, palmeirense, motociclista.

Blog: Conte-nos sobre sua carreira profissional e suas experiências até chegar a cabine de comando da TAM como CEO.

Marco Bologna: Sou engenheiro de produção pela Escola Politécnica da USP, formado em 1978. Possuo extensão em Serviços Financeiros pela Manchester Business School - UK, em 1988.
Trabalhei de novembro de 1977 a março de 2001 no mercado financeiro, passando pelo Banco Francês e Brasileiro, Lloyds Bank, Chase Manhattan, Banco Itamarati, Banco SRL e Banco Inter American Express, de onde saí como Diretor Superintendente.
Em março de 2001, atendendo ao honroso convite do fundador da TAM, comte. Rolim Adolfo Amaro, vim para a companhia para ser Vice-Presidente de Finanças e Gestão e Diretor de Relações com o Mercado. Em 19 de janeiro de 2004, assumi a presidência da companhia.

Blog: O Comandante Rolim implantou a Política da TAM que se baseia em duas regras fundamentais: 1ª Regra - O cliente sempre tem razão e a 2ª Regra - Se o cliente alguma vez estiver errado, releia a 1ª regra e também os 7 Mandamento da TAM que resume a filosofia na qual a companhia deve conduzir os negócios. Seu estilo, competência e paixão pela empresa acabaram revolucionando o mercado de aviação no Brasil em função, principalmente, das ações impostas pela TAM que surpreendiam e encantavam seus clientes. Exemplo disso é o tapete vermelho e a presença do comandante da aeronave cumprimentando todos os passageiros quando do embarque. O mundo mudou, o mercado também e hoje existe até empresa de baixo custo. Como esses valores e princípios funcionam na prática no dia-a-dia da TAM e qual sua importância? E, como a TAM consegue preservar suas raízes neste novo cenário?

Marco Bologna: A forte cultura corporativa legada de nosso fundador, Comandante Rolim Adolfo Amaro, permeia todos os níveis da Companhia e continua a nortear as ações da Administração em seu dia-a-dia. Essa cultura é evidenciada por toda nossa linha de frente e integra os treinamentos oferecidos aos novos colaboradores de forma que toda a companhia atue em consonância com as melhores práticas e nosso diferencial de serviços.
Nossa prioridade estratégica para o futuro continua sendo consolidar e ampliar a liderança no mercado doméstico de passageiros, obtendo rentabilidade. No mercado internacional, a TAM irá aproveitar a oportunidade apresentada em função do novo cenário competitivo para consolidar sua atual posição de liderança nesse segmento. Buscamos essas metas através da oferta de serviços com relação valor-preço superior, da continuidade da redução de custos e do melhor aproveitamento do capital empregado.

Blog: O Blog Ética nos Negócios publicou um post com o seguinte título: O Risco da Empresa Líder de Mercado demonstrando uma sutil ameaça que somente paira sobre o ambiente corporativo das líderes. Para chegar ao topo do mercado é necessário um conjunto de fatores e, sobretudo ações corporativas de excelência que são incentivadas pelo desejo natural de ser a "número 1". Por muitas vezes, as empresas líderes acabam, digamos assim, deitando em berço esplendido e correndo o risco desnecessário de poder ver desmoronar tudo o que foi orquestrado e apoderado com muito empenho, dedicação e determinação, e sabemos que, reconquistar o espaço perdido é muito mais difícil e requer maiores investimentos. Quais os antídotos da TAM para ficar imune a esse risco?

Marco Bologna: Conforme ressaltamos na apresentação do Relatório Anual de 2006, chegamos aos 30 anos de existência da Companhia sem perder de vista iniciativas alinhadas aos ganhos de eficiência e de produtividade para manter serviço diferenciado com preço competitivo. Esses são os pilares que dão a sustentação ao nosso crescimento e que nos motivam a perseguir sempre os melhores padrões de gestão ética que assegurem a perenidade de nossa Companhia. Ainda como legado de nosso fundador, Comandante Rolim Amaro, temos como um de nossos mandamentos A Humildade é Fundamental que, na verdade, nos disciplina a medir constantemente a qualidade de nossos serviços pela satisfação dos clientes. E, conseqüentemente, a buscar sempre o aprimoramento de nosso atendimento.

Blog: A TAM cumpriu e superou praticamente todas as suas Metas Operacionais para 2006 com exceção da redução de custos, especialmente em função dos aumentos no preço dos combustíveis de aviação. Comente sobre esse resultado, quais os principais objetivos para 2007 e as perspectivas de negócio na aviação nacional e internacional.

Marco Bologna: A TAM encerrou o exercício de 2006 com receita bruta total de R$ 7,7 bilhões, aumento de 30,3% em relação a 2005. Nos mercados doméstico e internacional, a empresa transportou 27,9% mais passageiros em relação ao ano anterior, totalizando 25 milhões de pessoas. O segmento de cargas continuou avançando e contribuiu para o resultado positivo da empresa, com crescimento de receita em 19,5%. O Programa Fidelidade – com 3,8 milhões de associados e mais de 4,1 milhões de bilhetes distribuídos – também se consolidou como fonte de receitas para TAM e as parcerias com o programa reverteram em R$ 207,2 milhões, aumento de 143,7% em faturamento. O lucro líquido apurado em 2006 foi de R$ 556 milhões. Em US GAAP (padrão contábil dos EUA), o lucro foi de R$ 808,8 milhões.
Para 2007, estimamos crescimento do mercado doméstico entre 10% e 15%. Estamos prevendo participação no mercado brasileiro (“market share”) acima de 50% e taxa de ocupação dos aviões na casa dos 70%. No segmento internacional, buscaremos aumentar nossas operações e ampliar sua participação entre as empresas brasileiras que voam ao exterior. Além do já anunciado vôo a Milão, pleitearemos mais uma nova freqüência de longo curso neste ano e avaliaremos atentamente as oportunidades que surgirem nesse mercado.
A perspectiva de crescimento contínuo do mercado doméstico aliada às oportunidades que se apresentam no segmento internacional nos faz acreditar que a aviação comercial no Brasil tem forte potencial para manter sua trajetória de ascensão observada nos últimos anos.

Blog: O Brasil vive, desde o ano passado, um caos nos aeroportos e essa situação impacta nos resultados e acaba maculando a imagem das companhias aéreas. A que se deve essa inusitada situação? O que se deve ser feito por todos os envolvidos? O que os clientes devem esperar para os próximos meses?

Marco Bologna: Os episódios mostraram que há deficiências a serem resolvidas e gargalos relacionados à infra-estrutura a eliminar. Entendemos que o desconforto vivido pelos passageiros nos aeroportos nos últimos meses foi resultado de um momento atípico da aviação civil em que diversos fatores adversos agiram simultaneamente e evoluíram para uma situação que acreditamos ser inaceitável para todas as partes envolvidas. Mas acreditamos que essas questões estão encaminhadas e todas as pontas dessa cadeia de serviços estão empenhadas em resolvê-las o mais rapidamente possível.
Ainda dentro deste contexto, olhando pelo lado positivo, observamos que o aumento de número de pessoas viajando de avião e o uso mais intenso do avião como transporte pela sociedade brasileira vêm contribuindo para uma maior popularização do transporte aéreo. Porém, é claro que essa expansão reflete nos aeroportos e em todos os serviços a eles relacionados.

Blog: Os especialistas alegam que o duopólio do mercado de aviação brasileiro pode prejudicar o consumidor, mas na prática, não é isso que notamos: novas empresas estão entrando no mercado e a disputa por passageiros nunca esteve tão acirrada com inúmeras promoções. Qual sua opinião a esse respeito? O que nós, consumidores, podemos esperar?

Marco Bologna: Entendemos que o mercado brasileiro de aviação civil é pulverizado em termos de participantes. Atualmente existem 14 empresas operando, há liberdade de preços, liberdade para voar, as regras são democráticas. A dinâmica concorrencial tem contribuído para que não haja elevação de preços e para uma busca constante de eficiência do transporte. Portanto, não concordamos que haja monopólio ou duopólio no setor.
Quanto ao fato de termos atualmente no Brasil duas empresas com posições relevantes de mercado, se observarmos o mapa da aviação no mundo, veremos que esse cenário se repete na maioria dos mercados. É assim na França, na Alemanha e mesmo nos Estados Unidos. Por ser de capital intensivo, nosso negócio precisa de escala. A cadeia produtiva também tem essa característica. Duas ou três empresas fornecem aviões, duas vendem o combustível, uma única fornece o aeroporto, outras poucas fornecem peças etc. Com relação aos consumidores, acreditamos que prevalecerá um ambiente de concorrência saudável que beneficiará os passageiros considerando que as empresas ampliaram suas frotas levando em conta o crescimento da demanda.

Blog: Ano após ano, a TAM vem conquistando prêmios. Fale sobre os de maior destaque. Qual o peso dos Diferenciais da TAM nesses reconhecimentos?

Marco Bologna: A TAM foi eleita em março de 2007 a Companhia Aérea do Ano pela revista especializada Avião Revue, premiação que elege a mais completa companhia aérea brasileira com base em avaliações feitas por um júri composto por 14 especialistas que avaliaram itens como frota, manutenção dos aviões, imagem da companhia, índices operacionais, serviço de bordo, entre outros.
Fomos honrados ainda com os seguintes prêmios no decorrer de 2006: As Empresas que mais Respeitam o Consumidor e Excelência em Serviços ao Cliente, premiações conferidas pela revista Consumidor Moderno na categoria Companhias Aéreas; O Melhor de Viagem e Turismo – na categoria Melhor Companhia Aérea de 2006, pela revista Viagem e Turismo, da Editora Abril; Marcas de Cofiança na categoria Companhia Aérea, apurada a partir de pesquisa do Ibope/Solutions; As Empresas Mais Admiradas no Brasil, na categoria Melhor Empresa Aérea Brasileira em 2006, pela revista Carta Capital; e Melhora Companhia Aérea pela revista Aero Magazine, entre outras.
Consideramos conquista relevante a entrada de nossa companhia para o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Bovespa, em conseqüência da constante preocupação da empresa com a implementação de boas práticas de responsabilidade social e ambiental presentes no mundo moderno.
Também destacamos a escolha da TAM como melhor companhia em práticas de Governança Corporativa da América Latina pelo IR Global Rankings, a partir de critérios como responsabilidade de prestação de contas da administração, conselho de administração, proteção de minoritários, estrutura de capital e transparência.

Blog: Uma das maiores responsabilidades de uma companhia aérea seja em relação as vidas humanas, principalmente em razão de sua atividade fim. Apesar das estatísticas comprovarem que o avião é o meio de transporte mais seguro do mundo, os acidentes, geralmente, são fatais. Como a TAM exerce essa sua responsabilidade?

Marco Bologna: A segurança de vôo constitui importante mandamento da TAM legado pelo Comandante Rolim (Mais importante que o cliente é a segurança) e é a base para se operar a Companhia como organização de prestação de serviços em transportes aéreos de forma segura e eficiente.
A TAM segue rigorosamente normas e padrões estabelecidos pelas autoridades aeronáuticas brasileiras, subordinadas ao Comando da Aeronáutica - e pelas organizações internacionais -ICAO (International Civil Aviation Organization) e IATA (International Air Transport Association). É filiada aos mais importantes órgãos de segurança de vôo da aviação civil no mundo, entre eles a FSF (Flight Safety Foundation), a maior organização mundial não-governamental de safety.
A Companhia participa ativamente na coordenação do Comitê Regional de Segurança de Vôo (RCG) para as Américas, da IATA. Além disso, a Companhia segue as regulamentações da FAA (Federal Aviation Administration), órgão que controla a aviação civil norte-americana e do NTSB (National Transportation Safety Bord) e DoT (Department of Transportation), atendendo plenamente aos seus rigorosos padrões de qualificação para operar no espaço aéreo norte-americano.
A TAM está permeada em todos os seus níveis, pela cultura “safety”, descrita como: “a geratriz de todo um elenco e prevenção indispensável à preservação de recursos humanos e materiais” e que adota como princípio que “a Companhia tem que ser segura como um todo, onde a participação de cada um é vital e imprescindível”.
Em julho de 2006, três meses antes de iniciarmos nosso vôo diário para Londres, tornamo-nos integrante efetiva do United Kingdom Flight Safety Committee (UKFSC), associação de entidades e profissionais dedicados ao aprimoramento da segurança de vôo na aviação comercial no Reino Unido. No mesmo ano, passamos a membro do steering committee do Emergency Response and Planning Task Force (ERPTF) da IATA.
Em janeiro de 2007, recebemos a certificação IOSA (IATA Operational Safety Audit), o mais completo e aceito atestado internacional em segurança operacional. Essa certificação inclui oito aspectos principais para uma operação segura em uma companhia aérea: controle operacional; operações de vôo; despacho operacional de vôo; engenharia e manutenção das aeronaves; operações de cabine, ‘ground handling’ (check-in e serviço de solo); operações de carga e security. Esses itens englobam mais de 700 requisitos que necessitam ser integralmente atendidos para se obter a certificação IOSA.

Blog: Vamos começar a falar sobre atuação responsável. Como são conduzidas as questões relacionadas a Ética nos Negócios na TAM? Qual a importância desse tema para o sucesso de uma empresa?

Marco Bologna: Acreditamos que a ética está diretamente vinculada ao objetivo de assegurar a perpetuidade da companhia. É por esse motivo que a TAM lançou em 2006 o Código de Conduta Ética, reunindo e documentando os princípios, valores, os compromissos e as crenças para uma atuação empresarial ética, abrangendo as partes interessadas tais como: empregados, fornecedores, consumidores/clientes, comunidade, governo e acionistas minoritários.
Além disso, como mais uma ação da campanha de Ética e Governança Corporativa, a TAM estabeleceu uma parceria com uma empresa norte-americana para exercer o papel de ouvidoria (interna e externa). Com este novo serviço, batizado de Canal de Ética TAM, todos os Empregados TAM do Brasil e dos demais países onde a empresa atua podem externar suas preocupações relacionadas à ética pela internet ou por telefone.

Blog: O Comandante Rolim dizia que “Ser participativo é uma questão de respeito, de solidariedade e de amizade. Ser participativo é uma questão de amor". O que significa Responsabilidade Social para a TAM?

Marco Bologna: A TAM tem um senso muito claro das suas obrigações sociais e das relações com a comunidade. Além de cumprir com seus deveres legais e estar rigorosamente em dia com suas obrigações, a empresa preza por agir de forma exemplar no relacionamento com a sociedade, tendo como prática de gestão aspectos relacionados à ética e a transparência para com todos os públicos com os quais se relaciona.

Blog: Fale sobre os principais Projetos Sociais da TAM?

Marco Bologna: A TAM mantém uma política de responsabilidade social baseada em duas vertentes: ações externas (através de investimento social, doações de passagens aéreas para projetos sociais, parcerias com instituições ligadas ao Terceiro Setor, tratamentos de saúde e transporte de órgãos, além da doação para entidades carentes de itens remanescentes das aeronaves e advindos de campanhas de arrecadação junto aos seus colaboradores) e ações internas (direcionadas aos seus colaboradores).
Desde sua implantação, diversos projetos foram e continuam sendo apoiados pelo programa. Entre eles, estão a organização social brasileira Faça Parte, as atividades do Brazil Foundation, o Instituto Ayrton Senna, o Projeto Próximo Passo, o Projeto Escravo Nem Pensar, a Associação Asas de Socorro, o EcoTAM e o TAM Show.
Em 2005, o programa foi remodelado sob a denominação Sob as Asas da TAM e ganhou nova dimensão, inclusive com a publicação do primeiro Balanço Social consolidando todas as ações da Companhia realizadas pela empresa em 2004.
Como resultado da reestruturação e com o objetivo de concentrar esforços de forma planejada e estratégica, os investimentos sociais de 2006 passaram a ser orientados sob o foco na área temática da Cidadania e realizados por meio de apoio a projetos enquadrados nos temas de Geração de Trabalho e Renda, Desenvolvimento Local Sustentável e Meio Ambiente e que atingiram mais de 250 pessoas diretamente através de capacitação, conscientização e auxilio no desenvolvimento local e na sustentabilidade das comunidades em que os projetos estão situados.
A vertente das ações de responsabilidade social voltadas para o público interno, constituído pelos funcionários diretos, estagiários, prestadores de serviços e outros profissionais que atuam no dia-a-dia da companhia, é focada principalmente em comunicação, preservação da saúde dos profissionais e inclusão social.

Blog: A TAM também é uma empresa preocupada com o meio ambiente. Cite os programas de maior destaque?

Marco Bologna: A TAM tem desenvolvido diversas ações ambientais em especial no Centro Tecnológico em São Carlos, onde a empresa realiza a manutenção de toda sua frota de aviões. Nele, são realizadas ações como segregação na origem e reaproveitamento de resíduos, tratamento de efluentes, plantio em áreas de reserva legal e manutenção de viveiro.
Além disso, todos os processos de licenciamento e monitoramentos ambientais para a renovação das licenças de operação da TAM buscam as boas práticas de preservação do meio ambiente.
Com relação aos resíduos sólidos, em toda a TAM eles são separados por classes e para cada tipo de resíduo são emitidas licenças específicas e dado um destino apropriado, conforme determinações dos órgãos ambientais. Todos os recicláveis são encaminhados para venda e a renda é revertida para o Programa Estilo de Vida.
Trabalhando na preservação da natureza também fora da companhia, a TAM apóia o núcleo de fauna do IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – desde 2005, colaborando no projeto de repatriação da fauna silvestre por meio do transporte de animais aos seus respectivos habitats naturais.
O meio ambiente é um de nossos focos na área de Responsabilidade Social para 2007. Nós voltaremos aos projetos de proteção florestal e reflorestamento, também incentivando pesquisas na área do desenvolvimento sustentável. Mobilizaremos recursos humanos e financeiros em iniciativas de transformação da realidade do país sempre voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Blog: Falando em meio ambiente, um dos assuntos que estão na agenda de qualquer empresa responsável é o aquecimento global. Quais os planos da TAM para contribuir com a redução das emissões dos gases de efeito estufa? A TAM já estuda uma maneira de tentar neutralizar parte ou a totalidade das emissões de suas aeronaves?

Marco Bologna: Esta é uma questão muito importante para o nosso setor. Estamos acompanhando e participando ativamente das discussões deste tema.

Blog: Como você comentou, a TAM acaba de integrar o cobiçado e invejado ndice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) que contempla as empresas que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e a responsabilidade social. O que isso representa para a TAM?

Marco Bologna: A TAM passou a integrar no último dia 1º de dezembro o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa na carteira que vigorará até 30 de novembro de 2007, num reconhecimento de nossa constante preocupação com a implementação das boas práticas de responsabilidade social e ambiental presentes no mundo moderno. Além do ISE, também estamos presente no site Em Boa Companhia da Bovespa, no qual constam todas as novidades e projetos que as empresas listadas nessa Bolsa têm desenvolvido nesta área, demonstrando nosso comprometimento para um futuro melhor para todos.

Blog: O que significa Sustentabilidade para a TAM? Qual o caminho que sua companhia esta trilhando para alcançar esse objetivo que é o sonho de toda empresa-cidadã?

Marco Bologna: O conceito de sustentabilidade para nós significa trilhar o caminho que assegure a perpetuidade da TAM. Após o reconhecimento dado pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, investimento em ouvidoria interna e externa, ações de preservação do meio ambiente, estabelecimento de um código de ética e investimento em programas sociais, além de outras ações, acreditamos que estamos preparados para dar novos passos no caminho trilhado por algumas das melhores empresas do mundo rumo à responsabilidade social.

Blog: A TAM não investe somente em projetos sociais e ambientais. Ela também incentiva a cultura. Conte pra gente sobre o Museu Asas De Um Sonho.

Marco Bologna: Em 1996, preocupados em preservar para as futuras gerações a história da aviação, o comandante Rolim e seu irmão João Amaro tiveram a idéia de criar o Museu Asas de um Sonho, que conta a história da aviação, homenageando seus criadores, construtores, mecânicos, heróis e pilotos. O objetivo é preencher uma lacuna da preservação da história nacional. O museu foi aberto ao público em 12 de novembro de 2006, como parte das comemorações oficiais do centenário de Santos Dumont.
O Museu vem ampliando sua coleção com a aquisição de aeronaves, muitas vezes esquecidas por seus proprietários, contando com o apoio de empresas de porte internacional e amigos que doam de aviões a materiais históricos. Atualmente, possui 74 aeronaves próprias entre modelos civis, comerciais, militares e experimentais, construídos entre as décadas de 20 e 60, dos quais 32 modelos estão em exposição. Construído junto ao Centro Tecnológico de São Carlos, no interior de São Paulo, numa área de 86 mil m2, é o maior museu privado do mundo mantido por uma companhia de aviação e o maior museu do Brasil com aeronaves em condições de vôo, incluindo algumas raridades da 2ª Guerra Mundial.
Para assegurar uma das principais características do Museu, que é manter as aeronaves em condições de vôo como desejava o comandante Rolim, a TAM mantém em São Carlos suas oficinas de restauração e reparo, onde trabalham mecânicos, ferreiros, eletricistas, marceneiros, entre outros, coordenados por um grupo de engenheiros.
Passados dois meses da sua inauguração, mais de 11.000 visitantes já passaram pelo Museu, que estabeleceu como tarefa restaurar outras 42 aeronaves para exposição na sua segunda fase que vai contemplar também inúmeras peças pertinentes à aviação, tais como: cenários, motores aeronáuticos, auditório, biblioteca e inúmeros objetos iconográficos.
Além disso, a TAM desenvolve outras ações a favor da cultura, destacando-se o apoio à revista
Almanaque Brasil, publicação mensal dedicada ao resgate e preservação da cultura popular brasileira que é distribuída nos vôos nacionais e internacionais da TAM.

Blog: Quais as dicas que você poderia dar ao jovem que busca seu primeiro emprego?

Marco Bologna: Acredito que hoje, além do conhecimento técnico da área, algumas características são fundamentais ao profissional. Na TAM, definimos competências que norteiam nossas contratações. São qualidades para as quais os jovens também devem estar atentos, logo em suas primeiras atividades, e que fazem a diferença no ambiente profissional. No nosso caso, a base é o “espírito de servir”, que nada mais é do que buscar constantemente a satisfação dos clientes com ações e soluções. É ter atitude e demonstrar envolvimento, sempre com entusiasmo e preservando o bom humor.

Blog: Para finalizar esse nosso bate papo, com o anúncio da aquisição da Nova Varig pela Gol, a TAM irá rever seus planos para o curto e médio prazos? Porque? O que este negócio irá significar para o setor de avião brasileiro?

Marco Bologna: A compra da Nova Varig pela Gol tira um fator de incerteza no mercado brasileiro. O controle passado era de um fundo americano, considerado não estratégico, o que gerava uma dúvida em quem seria o novo controlador. Isto é bom para o mercado dissipando qualquer especulação de novos controladores. Além disso, sacramenta o aval do governo e órgãos controladores que este é um setor que requer escala de operação.
Portanto temos, agora, duas empresas eficientes, competentes, em alto nível de governança corporativa, lucrativas e ferrenhas concorrentes que detém mais de 90% do mercado, demonstrando claramente, que as discussões de desconcentração de mercado não são lógicas e não seguem a dinâmica deste setor em todo o mundo. Na Europa, temos companhias que tem quase 100% do mercado (Air France, British Airways, Lufthansa, Ibéria, TAP, Alitália, etc). Na Ásia (Singapore, Quantas, etc) e nos EUA (por região, American, United, Delta, etc).
É um setor normalmente duopolizado ou pouco fragmentado. E, em todos estes mercados e, inclusive no Brasil, cada vez mais, as tarifas são mais acessíveis gerando crescimento de tráfego e novos passageiros para o setor.
Fico feliz que o governo está permitindo esta concentração e entendendo a dinâmica saudável do mercado, onde as empresas estão saudáveis, competitivas, estimuladoras de tráfego, cumpridoras de suas obrigações. Óbvio que, agora, falta a infra-estrutura acompanhar esta dinâmica.
Para a TAM é excelente, porque teremos maior racionalidade competitiva. Ambas as empresas tem compromissos de governança, responsabilidade social e tem que entregar resultados para seus acionistas.

Blog: Obrigado por ter aceito nosso convite. Foi uma honra para o Blog Ética nos Negócios recebê-lo.

Marco Bologna: Eu que agradeço.

Perfil CEO da TAM
Nome: Marco Antonio Bologna
Idade: 51 anos
Aniversário: 22/Abr
Uma grande emoção: Filhos
Um sonho realizado: Filhos
Uma meta futura: Ter mais tempo com a família
A maior paixão: A família
Melhor livro: Blue Ocean
Filme inesquecível: O Aviador
Pontos fortes: Otimismo, iniciativa e simplicidade
Pontos fracos: Ansiedade e impaciência

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu desejaria que o presidente da Tam o Sr. Marcos Bologna, especificasse o perfil da empresa. Qual a prioridade de serviços em relação a seus clientes.

Unknown disse...

Sr. Marcos Bologna,

Gostaria de dizer que gostei muito da sua entrevista. Sempre achei a TAM uma empresa muito ética. No entanto, como consumidor lesado da TAM recentemente, chamo à sua atenção caso onde não recebi sequer contato pessoal, após mandar carta protocolada à loja TAM do Shop. Paulista, email ao Fale com Presidente e outras tentativas. Tenho comprovantes de tudo o que reclamo (TAM me vendeu passagem aos EUA que a American Airlines, "parceira", não reconheceu e me fez comprar outra, gastando o dobro. Agora ninguém na TAM quer se resolver e me devolver os recursos). A última coisa que eu quero é brigar com a TAM num Procon da vida, pois adoro (adorava...) a empresa. Mas estou muito decepcionado com a postura que encontrei (nenhum contato pessoal por fone, nada, sequer para tentar explicar). E mais de U$ 900 meus, já gastos, em jogo.
Sou André Oliveira, fone 11 91723099 (cel.) ou 11 35844512 (trab.). Email: andreduarteoliveira@hotmail.com. Meu caso na TAM é número 20411981/2

Atenciosamente,
André

Anônimo disse...

Sr. Marcos Bologna,
Gostaria desaber se o canal de etica da tam poderia ser mais simplificado.Pois nos funcionario temos muito que falar principalmente sobre um suposto gerente ou sucessor, por nome Lineu. e alguns supervisores que barbarizao achando que a empresa é de propriedade deles.Varios proffisionais foram demitidos sem que podese se defender. por conversas puverizadas por lideres e colegas mau intencionados. A gerencia se julgaram como Júiz, Júri e ezecutores. Isto é uma vergonha, espero que tome as devidas providencias o mais rapido possivel,pois grupos de funcionarios irao postar em site de reclamação, cuidado a imagem da empresa que eu trabalho pode estar em risco. Ésta é uma empresa seria.E eu acredito nela.
ASS.Zorro

Limpeza de Piscinas em bh disse...

Muito boa a matéria!
Parabéns pessoal!