sexta-feira, 2 de março de 2007

Antonio Vives do BID

O entrevistado de hoje no Blog Ética nos Negócios é um cidadão espanhol, graduado em Engenharia Química pela Universidade Central da Venezuela, mestrado em Administração Industrial e doutorado em Finanças (Finanças das Empresas e Mercados de Capital) na Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, Pennsylvania, EUA. Foi professor na Universidade Simon Bolivar e na Escola de Pós-Graduação em Administração do IESA na Venezuela e também lecionou nas universidades Carnegie Mellon, George Washington e Virginia Tech nos Estados Unidos. Além disso, trabalhou como engenheiro de refinaria e consultor em administração.
É especialista em Responsabilidade Social Corporativa, financiamento de infra-estrutura, desenvolvimento de mercados financeiros e financiamento de microempresas e PME em economias emergentes. Participa freqüentemente de conferências internacionais como orador.
Escreveu um livro sobre avaliação financeira de empresas e publicou vários artigos sobre responsabilidade social das empresas, gestão financeira e infra-estrutura privada e está escrevendo um outro livro sobre a responsabilidade social das empresas nos mercados emergentes.
Há 26 anos trabalha no Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Seu nome é Antonio Vives, executivo responsável pelo Departamento de Desenvolvimento Sustentável e coordenador-geral da Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética e Desenvolvimento.
Blog: É uma satisfação muito grande receber no Blog Ética nos Negócios um dos maiores e mais respeitados especialistas em Responsabilidade Social Corporativa na atualidade. Gostaríamos de iniciar essa conversa com seu breve relato sobre o que é, o que faz e como opera o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Antonio Vives: O BID é uma instituição que financia o desenvolvimento econômico e social dos países da América Latina através de operações de empréstimo e de assistência técnica aos governos nacionais e locais, e ao setor privado. Além disso, promove a adoção de boas práticas no desenvolvimento econômico através de atividades de pesquisa e disseminação.
Blog: Você poderia fazer o mesmo em relação ao Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS) e a Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética e Desenvolvimento?
Antonio Vives: Dentro do BID, o Departamento de Desenvolvimento Sustentável é encarregado de preparar as políticas setoriais da instituição e de produzir as estratégias de apoio do Banco nos diferentes setores em que opera, dentre eles podemos citar: meio ambiente, mercados financeiros, micro, pequenas e médias empresas, responsabilidade social corporativa, populações indígenas, gênero e modernização do estado. Além do mais, tem a função de pesquisar e disseminar as boas práticas nestes setores.
Dentro do Departamento, a Iniciativa de Ética e Capital Social, promove a aplicação de princípios éticos tanto no setor público como no setor privado e o desenvolvimento do capital social nas comunidades, principalmente através de atividades de capacitação e disseminação.
Blog: Qual sua definição para Responsabilidade Social Corporativa? Seria possível você traçar um pequeno histórico sobre esse assunto, desde o seu surgimento até os dias atuais?
Antonio Vives: Toda empresa opera num determinado contexto e cujos elementos influem na própria empresa: os acionistas que aportam os recursos, os credores que financiam, os trabalhadores com seu esforço pessoal, os clientes que adquirem seus bens e serviços, a comunidade que dá a empresa permissão para operar em seu meio, o governo que define as regras gerais de funcionamento e o meio ambiente que lhe proporciona recursos naturais. A empresa tem responsabilidades ante todas esses públicos, ainda que com diferentes níveis e prioridades.
Uma empresa responsável é aquela que harmoniza suas atividades de tal maneira que satisfaz as expectativas de todas estes públicos. É óbvio que na maioria dos casos se apresentam conflitos a curto prazo, por exemplo, tratar bem os trabalhadores tem impactos sobre a rentabilidade da empresa, apoiar à comunidade implica em custos. Para resolver estes conflitos e tomar as decisões, a empresa deve ter uma visão de longo prazo, considerando não só os custos no curto prazo (que os executivos vêem com grande clareza) mas também os benefícios tangívels e intangíveis no longo prazo (que muitos executivos são incapazes de considerar). A rentabilidade e a responsabilidade não são duas opções excludentes, na grande maioria dos casos, as práticas responsáveis são rentáveis.
Não mencionamos o cumprimento das leis e regulações vigentes no país, as quais mais do que “responsabilidade”, é parte do negócio. A responsabilidade de que falamos é o comportamento que teria a empresa se todas as leis e regulações fossem perfeitas. Ante as deficiências predominantes nos países em desenvolvimento, a empresa deve operar como se essas regras existissem. “Faz aos outros o que te agradaria que lhe fizessem a você”. Na América Latina esta amplitude da responsabilidade social é ainda muito incipiente. A região vem de uma tradição filantrópica, de assistencialismo, de apoio às comunidades e organizações através de doações, em razão da influência da igreja católica e da predominância de empresas familiares. Estas práticas são ainda muito comuns, em alguns casos como obrigação moral, em outros como uma maneira de contribuir para reduzir as desigualdades e, lamentavelmente, em muitos casos, como uma maneira de obter publicidade favorável. A filantropia não é responsabilidade da empresa, é responsabilidade individual, dos proprietários ou dos empregados. Não se deve usar os recursos coletivos de uma empresa para satisfazer aspirações de caráter individual. Não é que estejamos na contramão da filantropia corporativa, mas se fizer, deve ser feito como estratégia explicita, aprovada pelos acionistas ou proprietários. A filantropia do Bill Gates e Warren Buffet é realizada com o dinheiro deles e não com o da Microsoft ou o da Berkshire Hathaway, as quais uma partes pertence a eles próprios, mas também a muitos outros acionistas.
A verdadeira responsabilidade social é parte integral da estratégia do negócio, é uma maneira de fazer negócio. Os comportamentos responsáveis serão sustentáveis no longo prazo quando, realmente, forem parte da estratégia empresarial. Caso contrário, é passageira e oportunista, como costuma ocorrer com a filantropia corporativa.
Blog: Para muitos, a responsabilidade social é apenas um modismo, algo passageiro e, especialmente, uma ferramenta de marketing com baixo custo utilizada pelas empresas, pois apresentam impactos muito positivos junto a sociedade. Você concorda com essa afirmação? Por quê?
Antonio Vives: É lamentável, mas para muitas empresas é assim, é algo que é realizado por que está na moda, utilizado como uma ferramenta para evitar críticas, para se defender, ou por relações públicas como promoção vazia. São empresas que produzem algum tipo de dano àquelas que são, legitimamente, responsáveis. Transferem ao movimento de responsabilidade social uma má reputação. Ainda são poucas as empresas que fazem por convicção, por um desejo de melhorar a qualidade de vida das populações, de devolver à sociedade parte do que esta lhe dá. É, definitivamente, uma tarefa pendente conseguir que as empresas sejam responsáveis porque é bom negócio, legítimo e aceitável, e também positivo para a sociedade. Além disso, deve ser uma atitude consciente e não de caráter oportunista. A empresa que melhora sua reputação pagando salários justos é uma empresa responsável. Aquela que pretende melhorar sua imagem fazendo uma doação a uma causa, ainda que seja boa, com a intenção de publicar uma foto e aproveitar a promoção que gera essa doação, pode se tornar numa atitude deplorável, especialmente se depois, nas demais atuações pertinentes a qualquer empresa, não apresentar um comportamento responsável.
Blog: O Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios acredita que a ética nos negócios deve ser a base sustentável das empresas e a principal ferramenta de gestão dos valores e princípios que norteiam a verdadeira responsabilidade ética, social e ambiental a qual chamamos de “Tripla Responsabilidade Corporativa”, pois de nada adianta as empresas se dizerem socialmente responsáveis se não houver uma interação e sinergia dessas três responsabilidades que devem ser inseparáveis e andar sempre juntas. Qual sua opinião a respeito disso?
Antonio Vives: Concordo plenamente. Mas, para que uma empresa seja responsável deve antes ser rentável. Se não conseguir cobrir todos seus custos, incluindo o de capital, não pode ser uma empresa responsável, se assim o fizesse, seria uma irresponsabilidade. A responsabilidade mais importante é a de continuar operando, criando e mantendo empregos, pagando impostos e produzindo bens e serviços que a sociedade demanda. Mas há muitas maneiras de fazê-lo! Todas as atividades do negócio devem levar em conta o impacto sobre todas as partes afetadas e realiza-la de tal maneira que se maximize o impacto positivo e minimize o negativo. Essas atividades responsáveis se reforçam mutuamente, o bom trato aos empregados gera produtividade, sensibilidade ante a comunidade gera mercados, etc. A responsabilidade social e ambiental das empresas é rentável. E mais, algumas empresas fazem da responsabilidade seu negócio, por exemplo, produzindo produtos ambientalmente sustentáveis, pagando salários justos, que depois se transformam em oportunidades de vendas em mercados éticos onde se valorizam estes aspectos, como é o caso dos produtos de comércio justo.
Blog: Em função das proporções que o assunto em relação ao aquecimento global está tomando, poderá haver uma alteração do foco e da atuação empresarial da responsabilidade social para a responsabilidade ambiental? O que as empresa devem fazer para contribuir com a redução de emissões dos gases de feito estufa, visto que elas também são responsáveis por isso?
Antonio Vives: O aquecimento global tem impacto global e é o problema mais importante para os países em desenvolvimento, que tem quotas de emissões para cumprir. Para as empresas atuando em países em desenvolvimento é mais uma oportunidade do que uma obrigação. É obrigação no sentido de contribuir para se evitar um problema e no caso das grandes cidades, o problema da poluição acompanha o problema do aquecimento global e deve ser minimizado. Mas, também é uma oportunidade. Por exemplo, alguns dos projetos de geração de energia ou de eficiência energética poderiam aceder aos mercados de carbono ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kioto e vender os créditos gerados por ter poupado energia ou haver produzido de maneira limpa. Para grandes projetos pode ser uma fonte de rendimentos.
A tecnologia e o incentivo ao redor da preocupação pelo aquecimento global oferece oportunidades às empresas para reduzir sua dependência de combustíveis fósseis e o mais importante, pesquisar todas as possíveis formas eficientes de poupar energia (motores mais eficientes, uso eficiente das equipes, iluminação e calefação, etc.). Diminuem os custos e contribuem para a redução do aquecimento global. Também oferecem a oportunidade de se desenvolver toda uma indústria de produtos mais limpos e eficientes, que consomem menos energia como eletrodomésticos, automóveis, etc... Ganhamos todos!
Blog: Você está escrevendo um novo livro sobre um tema bastante interessante: a responsabilidade social nos países emergentes. Existem diferenças na atuação responsável de empresas atuando nos países desenvolvidos e nos emergentes?
Antonio Vives: Existem grandes diferenças no comportamento de algumas empresas em países desenvolvidos comparado com seu comportamento em países em desenvolvimento. No primeiro caso, a empresa está bem mais sujeita aos incentivos e pressões das partes interessadas, que nos países em desenvolvimento. Os grandes compradores, alguns consumidores, os bancos, os meios de comunicação, os empregados, a sociedade civil, o governo, etc.. exercem seu poder exigindo práticas mais responsáveis das empresas. Nos países de América Latina, a pressão vem das próprias empresas, de seus executivos, de seus proprietários ou da própria matriz se forem multinacionais.
Paradoxalmente, as responsabilidades que se têm para com a sociedade e o meio ambiente em países em desenvolvimento são maiores, já que as empresas enfrentam muito mais necessidades insatisfeitas da população em função dos Estados não serem capazes ou não poderem atender essas necessidades. Para poder operar, a empresa pode ter que suprir algumas destas deficiências, mas deve fazer com cautela, cuidando de não criar dependência nem substituir o governo. Não podemos alegar que fornecer água à comunidade ou construir um campo de futebol seja “responsabilidade” da empresa, isso costuma ser responsabilidade do governo local. Não obstante, pode ser desejável para a empresa reduzir o nível de violência na comunidade onde ela opera, fomentando o esporte e a saúde, conseguindo o apoio da própria comunidade. A empresa pode se beneficiar de menos faltas e maior produtividade de seus funcionários devido a melhores políticas de recursos humanos. Note a diferença entre esta motivação como parte do negócio e aquela que seria realizada como pura filantropia. No primeiro caso é parte de uma estratégia, no segundo é uma doação, que muito provavelmente será usada para efeitos promocionais.
Blog: Peguemos uma empresa com atuação global. O senhor acredita que possa haver diferenças de atuação da subsidiária dependendo do país em que ela está? A que se deve esse fato?
Antonio Vives: Efetivamente, há diferenças. Comecemos a dizer que a responsabilidade de uma empresa global num país não deveria ser menor aquela que possui em seu país de origem. Como já comentei aqui, a empresa não deve se aproveitar, por exemplo, de que nos países em desenvolvimento enconramos normas menos estritas e deficiências na hora de torná-las efetivas. As empresas devem ter os mesmos padrões que no país da sua matriz, mas deve adaptar sua atuação responsável à realidade atual de cada país, que por muitas vezes não fazem em seu país de origem. Por exemplo, dificilmente uma empresa do Reino Unido tem que apoiar escolas primárias em seu país, mas ao operar num país em desenvolvimento pode se ver ante a “responsabilidade” de fazê-lo, para cobrir as carências do Estado e poder ter no futuro uma população mais educada, seja como consumidor ou como futura mão de obra.
Blog: Em geral, como você vê a atuação responsável das empresas em atuação no Brasil em relação as da América Latina? E em relação à Europa e Estados Unidos?
Antonio Vives: Os temas sobre a atuação responsável está tomando corpo na América Latina e em particular no Brasil. No entanto, ainda se limita às grandes empresas, especialmente às empresas globais. Para as pequenas e médias empresas as atuações responsáveis se limitam as atuações que são as mais naturais e não são estratégicas, como o são as relações laborais e o consumo de alguns insumos, como água e eletricidade.
O Brasil é um dos países mais avançados na América Latina em relação a atuação responsável das grandes empresas, muitas delas globais. No caso da pequena e média empresa, o Brasil está relativamente atrasado com respeito a outros países da região, basta para isso, analisarmos os dados em nosso livro Responsabilidade Social nas Pequena e Médias Empresas. A América Latina como região ainda esta muito atrás da Europa, particularmente dos países do norte europeo. Estados Unidos e Europa Latina (França, Espanha, Itália e Grécia) estão um pouco menos avançados, ainda que o incentivo dos mercados internacionais (de bens e de capitais), dos consumidores e em especial da sociedade civil faz com que estejam muito mais avançados que nós.
Blog: Sempre escutamos falar que os stakeholders é que irão determinar quais as empresas que sobreviverão no futuro. Você concorda com isso? Por quê?
Antonio Vives: Sim concordo, porém ainda passarão muitos anos antes de que isto seja uma realidade. Nos países em desenvolvimento esses stakeholders são desinformados e não podem exercer seu papel como deveriam. Os clientes não têm informação para tomar decisões que favoreçam às empresas responsáveis, os meios de comunicação não denunciam às empresas irresponsáveis, os bancos não as questionam antes de fazer um empréstimo, os governos tentam mas encontram dificuldades em fazer com que elas cumpram as regras. De certa forma, o público que mais se desenvolveu nos últimos anos é a sociedade civil, as organizações não-governamentais, que atuam como controladores e incentivadores do comportamento responsável (ainda que algumas destas organizações deveriam ouvir seus próprios conselhos).
Não obstante neste panorama mais ou menos sombrio, há uma luz no fim do tunel, ainda há esperança. Os executivos e os funcionários das empresas estão tomando consciência das vantagens da responsabilidade. Cada dia há mais publicações que se encarregam de denunciar casos negativos e realçar casos positivos. Há bancos, em atuação no Brasil, que são líderes mundiais em comportamento responsável. De fato os únicos bancos na América Latina que assinaram os Princípios do Equador sobre financiamento responsável, são brasileiros. Há esperança de que os stakeholders se desenvolvam e pouco a pouco cada um cumpra sua função nesse mercado da responsabilidade.
Blog: Em sua opinião quais os caminhos que as empresas tem que percorrer para conquistarem a tão sonhada sustentabilidade nos negócios?
Antonio Vives: A primeira etapa para a resolução de um problema é o reconhecimento de que existe um problema. As empresas devem começar tomando consciência de que a responsabilidade, além de ser uma obrigação moral, é um imperativo dos negócios. Pode ser rentável. Como em todo mercado, os que chegam antes podem conquistar uma parcela maior dos benefícios. O que não é mau. Atuam como líderes e depois podem servir de modelo para outros e, se as condições são favoráveis, estender as praticas responsáveis a mais empresas.
A melhor maneira de se começar é com o convencimento dos executivos ou dos proprietários das empresas, para depois analisar o impacto que suas atividades tem na sociedade e no meio ambiente, estabelecendo metas realistas de melhoria nas condições da operação e, na medida do possível, o impacto sobre os custos e benefícios. Neste ultimo caso, é importante ter uma visão de longo prazo, evitar a visão de curto prazo, e considerar todos os benefícios, não só os mensuráveis. Os custos costumam aparecer como tangíveis, mensuráveis e imediatos, enquanto os benefícios costumam ser percebidos como intangíveis, de difícil mensuração e de longo prazo.
Uma boa fonte de idéias são os relatórios de sustentabilidade de outras empresas. Há vários deles no site www.corporateregister.com.
Blog: Quais os conselhos que você poderia deixar aos empresários e executivos das empresas em atuação no Brasil, especialmente aos jovem-executivos que serão os "líderes socialmente responsáveis" de amanhã?
Antonio Vives: Que não sejam desinformados, que a pressão pelos benefícios de curto prazo pode ser inimiga da sustentabilidade da empresa no longo prazo. O executivo de sucesso é aquele que, verdadeiramente, tem uma visão de longo prazo e ampliada, sobretudo no aspecto da atuação da empresa. Ser responsável com a sociedade e o meio ambiente é rentável no longo prazo... E, pelo menos nos permite dormir com a consciência tranqüila.
Blog: Queremos agradecer imensamente o Antonio Vives por ter aceito nosso convite e pela agradável entrevista que nos enriqueceu com seus conhecimentos. Muito obrigado.
Antonio Vives: Eu que agradeço e parabenizo vocês pelo excelente trabalho de divulgação e promoção da responsabilidade corporativa. CEO do DDS do BID
Nome: Antonio Vives
Idade: 43 anos
Aniversário: 8/set
Uma grande emoção: Os casamentos de meus filhos
Um sonho realizado: Escrever um livro
Uma meta futura: Escrever outro livro
A maior paixão: Ensinar
Melhor livro: Enciclica Centesimus Annus, João Paulo II, um tratado de responsabilidade social
Pontos fortes: Confiável
Pontos fracos: Impaciente

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