terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Ricardo Bomeny do Bob´s

Com uma história de 50 anos essa empresa é uma das maiores e mais bem sucedidas franquias em atuação no Brasil, reconhecida nacionalmente por seus produtos de excelente qualidade e com sabor genuinamente brasileiro, vendendo seus saborosos hambúrgueres e sundaes, além do tradicional e inigualável milkshake de ovomaltine.
O sistema de franquia foi iniciado na década de 80 e hoje a rede é formada por mais de 500 lojas em 23 estados. Além disso, possui o Selo de Excelência em Franchising da ABF – Associação Brasileira de Franchising a mais importante instituição do setor no país.
Seu slogan é de dar água na boca: Gostoso é no Bob's.
O Blog Ética nos Negócios tem o prazer de receber Ricardo Bomeny, principal executivo do Bob´s.
Blog: Queremos começar esta entrevista pedindo para conhecermos um pouco do Ricardo Bomeny.
Ricardo Bomeny: É atualmente Sócio Gerente da VENBO Comércio e Alimetos Ltda (Bob's) e seu Diretor Superintendente desde Maio de 2002, acumulando também o cargo de CEO da Brazil Fast Food Corp., holding controladora da Rede Bob's. Exerce ainda a Vice-Presidência de Fast Food do SindRio (Sindicato de Restaurantes e bares do Rio de Janeiro), é Sócio Fundador e atual membro colaborador do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), é Vice Presidente recém eleito da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e é colaborador voluntário da Endeavor. Nascido em 05/11/1969 atualmente com 37 anos, casado e com 3 filhas é Administrador de Empresas, com Pós Graduação em Marketing, MBA em Finanças Corporativas e MBA em Varejo. Desempenhou diversas funções em empresas de Fast Food (Bigburger, Pastello e Bob's) ao longo dos últimos 17 anos com experiências em várias regiões do Brasil e algumas passagens no exterior.
Blog: Conte-nos sobre o início do Bob´s até chegar ao que é hoje: uma das mais importantes Redes de Fast Food do Brasil e também os planos de expansão da rede.
Ricardo Bomeny: O Bob's teve sua primeira loja aberta em 1952, em Copacabana, por um tenista campeão de Wimblendon chamado Robert Falkenburg. Ele trouxe dos Estados Unidos os conceitos mais modernos e inovadores do fast-food, adaptando os sabores ao tempero brasileiro, Nesta loja, que virou mania entre os cariocas, surgiram novidades como o ham'n'eggs, hamburger, hotdog, sundae e milk-shake, até então desconhecidos entre nós. A fama do Bob's espalhou e novas lojas foram surgindo em outros bairros do Rio. Em 1984, a rede iniciou o sistema de franquia, inaugurando uma loja em Vitória-ES. Atualmente a rede Bob's conta com 530 operações em todo o País, sendo a capital do Acre, Rio Branco, a única capital dos Estados brasileiros, que ainda não possui uma loja operando, mas com contrato assinado e em fase de contrução. O Estado do Rio de Janeiro reúne 170 estabelecimentos, seguido por São Paulo com 105 operações. A estratégia é crescer forte nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília. Para 2007 estaremos abrindo mais 150 novos pontos de vendas. Estamos, também, consolidando nossa presença nos principais eventos promovidos no Brasil, dentre os quais o Carnaval do Rio de Janeiro, o Carnaval de São Paulo e os Jogos Pan-Americanos.
Blog: Quais os maiores desafios e responsabilidades que você, como principal executivo do Bob´s, tem que enfrentar no seu dia-a-dia? E no médio e longo prazo?
Ricardo Bomeny: Dentre os principais desafios que temos pela frente, poderia destacar a formação de pessoas, base essencial para o sucesso de uma empresa atualmente, foco em ações que nos insira em um contexto social responsável com várias ações sobretudo na área de educação, que nosso país tanto precisa e finalmente gerar valor e resultado para os nossos acionistas. A médio prazo teremos uma grande preocupação com a inovação, a melhoria constante de nossos serviços prestados aos consumidores e com a concorrência internacional cada dia mais presente em nosso país.
Blog: É consenso entre os consumidores, que os sanduíches do Bob´s parecem com aqueles que fazemos em casa. Qual é a receita de sucesso deste diferencial de mercado?
Ricardo Bomeny: Desde sua origem o Bob's tem buscado a adaptação dos conceitos de fast food ao sabor brasileiro. Os insumos utilizados nos seus produtos são fabricados no Brasil por empresas que conhecem as características deste consumidor. Não é por acaso que nosso slogam é "Gostoso é no Bob's". Poder sentir orgulho de servir os produtos do mercado é uma obsessão da empresa.
Blog: Um dos carros-chefes do Bob´s é o irresistível e inigualável MilkShake de Ovomaltine? E o resultado da parceria com a Nestlé no lançamento dos produtos à base do Neston tem alcançado as expectativas? Existe algum lançamento previsto para 2007?
Ricardo Bomeny: O milk shake de ovomaltine do Bob's vem aumentando sua participação no mix ano após ano. Seu sabor e textura inconfundíveis fazem dele um dois ícones do Bob's. Ampliamos nossa linha de milk shakes lançando um novo sabor bem brasileiro que fez lembrar o que popularmente é chamdo de vitamina de banana. Os cereais da Neston deram ao produto um apelo de saudabilidae, pois incorpora um alto teor de fibras. A avaliação deste produto foi a muito positiva. Temos alguns lançamentos para este ano, mas por hora ainda não podemos divulgar.
Blog: Um dos seus maiores concorrentes vem atravessando problemas, inclusive já existem rumores e até interessados na aquisição da operação do Brasil. Isso é uma questão que vem afetando as franquias no país de uma maneira geral?
Ricardo Bomeny: O franchising no Brasil vai muito bem, crescendo e se profissionalizando ano após ano. Inclusive há várias empresas iniciando o processo de internacionalização da marca, o que significa que o setor está chegando na sua maturidade. Hoje o Brasil conta com aproximadamente 700 franqueadores, e é natural que alguma empresa possa passar por algum tipo de revisão, ainda que na mudança de seu controle societário.

Blog: Outra famosa franquia de alimentação americana acaba de desembarcar no país. Isso afeta, de alguma forma, o Negócio Bob´s? O que esta sendo feito para amenizar e combater esses efeitos?
Ricardo Bomeny: No Bob's, costumamos dizer que o que mais nos preocupa é a informalidade, e não as empresas que atuam de maneira tradicionalmente correta como na maioria das vezes o fazem as redes internacionais. De qualquer modo, o Bob's está preparado para enfrentar seus concorrentes, como uma estrutura unida e sempre com visão de crescimento, fortalecimento da sua marca e construção do varejo formal no Brasil.
Blog: Há algo que você queira acrescentar sobre o Bob´s antes que iniciemos as perguntas sobre Gestão Responsável?
Ricardo Bomeny: O Bob's é uma empresa brasileira, sobrevivente, e que está enraizada na cultura do cidadão local e isso hoje em dia é uma questão muito importante pois a solidez e confiança de uma marca nacional sem dúvida agrega valor ao nosso país. Sinto muito orgulho, como brasileiro, de conduzir uma empresa como esta, onde conseguimos construir valores muito fortes e que aos poucos vem sendo reconhecido por todos.
Blog: Muito se fala sobre a Responsabilidade Social das Empresas. Qual sua opinião sobre esta nova realidade empresarial?
Ricardo Bomeny: A Responsabilidade Social tem a missão de incorporar às empresas uma nova visão sobre seus empreendimentos, baseados em relações duradouras e éticas com todo o público com o qual ela se relaciona. Suas práticas têm como objetivo a sustentabilidade no âmbito econômico, social e ambiental. A ResponsabilidadeSocial vem como uma solução empresarial para os problemas enfrentados pela humanidade, que se estendem desde a desigualdade social ao tão comentado aquecimento global.
Blog: Essa forma de gestão é de exclusividade das grandes empresas? É possível exerce-la numa rede de fast food?
Ricardo Bomeny: A Responsabilidade Social pode ser exercida por empresas de qualquer porte e de qualquer segmento.
Blog: Quais são os avanços do Bob´s na Responsabilidade Social?
Ricardo Bomeny: Muitos foram os avanços da Responsabilidade Social no Bob's, que perpassam por toda gestão empresarial, através do comprometimento em ações sociais a entidades não-governamentais, processos internos mais transparentes de contratação e promoção, divulgação dos valores observados através do desenvolvimento do Código de Ética, realização do Balanço Social, aprimoramento das relações com fornecedores, seleção de franqueados cada vez mais comprometidos com os valores divulgados, melhorias no Clima Organizacional.
Blog: Isso é patente nas lojas próprias – com operação Bob´s - ou também se estende às lojas franqueadas? Como é feito esse processo de conscientização?
Ricardo Bomeny: Os temas propostos pela Responsabilidade Social são recorrentes nas reuniões do Comitê de franqueados, que por sua vez têm autonomia para desenvolver ações sociais específicas mediante a necessidade do seu entorno. Há um proposta de envolver todas as lojas próprias e franqueadas dentro de uma única ação social.
Blog: Existe algum trabalho de coleta seletiva de lixo nas lojas Bob´s? Isso envolve a conscientização dos franqueados, funcionários e consumidores?
Ricardo Bomeny: A coleta seletiva do lixo é realizada na sede administrativa do Bob's, com ampla conscientização dos recursos utilizados e descartados. Em 2006, algumas lojas serviram de piloto para um projeto da ONU de Produção Mais Limpa, que visa aumentar a eficiência na utilização das matérias-primas, água e energia, além da minimização e reciclagem dos resíduos, a idéia é dar sequência ao projetos nas demais lojas da rede própria e franqueada.
Blog: O Bob´s não divulga as Ações de Responsabilidade Social em sua web site. Fique a vontade para comenta-las e descreve-las.
Ricardo Bomeny: Dentre os principais projetos de Responsabilidade Social, se destaca o Programa Bob's Diversidade que atesta o comprometimento da empresa com a DIVERSIDADE. O Bob's que crê na adoção desse valor como princípio básico de cidadania. Praticar a diversidade significa ter compromisso ético com a sociedade, pois as empresas estão entre os principais promotores de oportunidades de trabalho. O Programa Bob's Diversidade engloba os projetos Melhor Idade, que visa a contratação de homens e mulheres acima de 50 anos que possuem a função de ser os anfitriões das lojas, recepcionando nossos clientes; Primeiro Emprego, que contrata jovens a partir de 16 anos abrindo-lhes as portas para o mundo profissiona; e Bob's PPD, um programa pioneiro no fast-food de contratação de pessoas portadoras de deficiência física e mental.
Blog: Outra questão bastante atual e que vem sendo combatida por governos, instituições e até a classe médica, é a que se refere a Gordura Trans. O que existe de concreto sobre este produto - muito utilizado na indústria alimentícia - e o que o Bob´s planeja ou já tem realizado em seus cardápios e também para a conscientização de seus consumidores sobre seus possíveis malefícios?
Ricardo Bomeny: O Bob's, sempre preocupado com a saúde de seus consumidores, esta trabalhando conjuntamente com seus fornecedores, a fim de reduzir, ou até mesmo eliminar a gordura trans de seus produtos, adequando seus cardápios. Para a conscientização, mesmo não estando enquadrado na Resolução RDC-360 MS, estamos disponibilizando em todo o país, as tabelas de informações nutricionais, que informam aos consumidores desde a quantidade de gordura trans até o valor energético dos produtos.
Blog:. Qual o conselho que poderia ser dado àqueles empreendedores que como você, desejam ou já iniciaram suas franquias?
Ricardo Bomeny: Meu maior conselho é que estudem muito o negócio antes de fazê-lo. Prepare um bom Plano de Negócios, e considere sempre que é fundamental adotar práticas éticas e formais para que o projeto seja perene. Procure formar e tratar bem das pessoas que estão colaborando com você, e finalmente trate seu cliente como se fosse único.
Blog: Existe alguma outra questão que você queira comentar? Se não, fale um pouco sobre Ética nos Negócios. Qual a importância desse tema para uma organização?
Ricardo Bomeny: A ética orienta princípios e conduz as relações interpessoais objetivando o bem-comum. O cultivo de valores éticos é fundamental para o sucesso da organização a longo prazo e de maneira sustentável. Não se pode falar de Responsabilidade Social Empresarial sem que a empresa seja ética na relação com os clientes, com o público interno, acionistas e a própria relação com o meio ambiente.
Blog: Queremos agradecer o principal executivo do Bob´s, Ricardo Bomeny, pela participação e contribuição para a seção Entrevista CEO do Blog Ética nos Negócios.
Ricardo Bomeny: Obrigado pelo convite.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Luis Domenech da Comgás

Na sua longa trajetória, essa empresa usou os mais diversos tipos de combinações para produzir combustíveis, de azeite a gás de hidrogênio carbonado, carvão, nafta, uma mistura envolvendo água e hulha, até chegar ao gás natural, o combustível ecológico do século 21. A implantação do gás natural, último ciclo de uma programação iniciada no final da década de 1980, foi considerada a fase mais importante de toda a história dessa companhia, que esteve presente na vida de São Paulo desde a extinção dos lampiões a azeite de baleia.
A meta da nova administração é expandir essa empresa e torná-la a maior distribuidora de gás natural da América Latina, tendo como base a qualidade, a segurança e o respeito pelo meio ambiente.
O Blog Ética nos Negócios entrevistou Luis Domenech, CEO da Companhia de Gás de São Paulo, conhecida por todos nós, como Comgás.
A Comgás é uma companhia centenária que faz parte da história do Estado de São Paulo. Foi em 1872 que essa empresa, recebendo autorização do Império, iniciou suas atividades que tinham como objetivo a exploração da concessão dos serviços públicos de iluminação em São Paulo.
No final da década de 90, durante o processo de privatização que visou a melhoria da qualidade dos serviços públicos oferecidos pelos governos aos cidadãos, o controle acionário da Comgás foi arrematado pelo consórcio formado pela inglesa British Gas e pela anglo-holandesa Shell, por R$ 1,65 bilhão. Desde o dia 21 de maio de 1999, a Comgás tem como novos controladores duas das maiores empresas de energia do mundo.
Blog: É uma grande satisfação receber você aqui no Entrevista CEO. Sempre iniciamos nosso bate papo conhecendo a pessoa convidada a falar ao Blog Ética nos Negócios. Por isso, gostaríamos que você falasse sobre o Luis Domenech.
Luis Domenech: Sou argentino, casado há 30 anos, tenho dois filhos que moram em Buenos Aires, minha formação profissional é administração de empresas. Moro há três anos no Brasil e estou adorando viver aqui, gosto do trabalho que tenho aqui, gosto da cidade de São Paulo e especialmente dos brasileiros.
Eu vim de Buenos Aires, onde era presidente da Metrogas, que é também uma empresa controlada pelo Grupo BG, principal acionista da Comgás. Foi o Grupo BG que me trouxe para o Brasil com a finalidade de continuar o trabalho de fazer a Comgás crescer, apresentando os melhores resultados financeiros possíveis, com elevado padrão de qualidade e de segurança.
Blog: De acordo com a Revista EXAME Melhores & Maiores – Edição 2006, a Comgás está entre as 100 maiores empresas em atuação no Brasil, ocupa a 29º colocação no ranking do Setor de Serviços e é a 7º melhor empresa no rol daquelas de Serviços Públicos. Como é conduzir uma empresa deste quilate? Quais seus maiores desafios como CEO?
Luis Domenech: A Comgás é uma empresa que está em franca transformação e expansão. A transformação começou quando os novos controladores, o Grupo BG e a Shell, assumiram a empresa, em maio de 1999. Hoje a Comgás distribui quatro vezes mais gás natural canalizado do que quando foi privatizada, conseguimos transformá-la em uma companhia de categoria mundial, com os mais elevados padrões de qualidade e segurança e tudo isso está ocorrendo dentro de um período de constante crescimento da empresa. Meu grande desafio é liderar essa transformação, fazendo que com que a companhia e todo o seus empregados cresçam juntos e que apresentem melhorias constantes. Procuramos sempre atuar com base nos sete indicadores desenvolvidos pelo Instituto Ethos, que pautam as empresas para a responsabilidade social. Tenho ainda que assegurar que a Comgás preste o melhor serviço possível aos nossos clientes e definir a melhor forma de conduzir os negócios. Além disso, trabalhamos para melhorar nossas práticas de governança corporativa, em linha com princípios éticos e de transparência vigentes nas melhores empresas.
Blog: Inúmeros serviços públicos foram privatizados no Brasil. Apesar das críticas de alguns setores, não há como negar que após a concessão houve intensivos investimentos, trazendo melhorias significativas nos serviços prestados à sociedade. Isso também ocorreu com a Comgás?
Luis Domenech: Sim, definitivamente. Desde a privatização, os novos controladores investiram quase R$ 2 bilhões para ampliar a rede e oferecer aos nossos clientes serviço de qualidade e dentro das normas mais rígidas de segurança. Nosso lema é: "faça com segurança ou não faça". O grande resultado colhido é que em sete anos como empresa privatizada, a Comgás cresceu muito mais que em toda a sua história e a Comgás completa este ano 135 anos. Fizemos muito e vamos continuar a fazer. Por exemplo: quando a Comgás foi privatizada tinha uma rede de pouco mais de 2 mil quilômetros. Hoje temos quase 5 mil quilômetros de rede de distribuição. Em 1999 atendíamos 17 municípios, hoje são 59 cidades que contam com o gás natural. O número de postos de GNV não chegava a 20 e hoje são mais de 370. São resultados muito significativos e o melhor é que trabalhamos com um combustível que é usado em substituição a outros que são mais poluentes, ou seja, colaboramos para um planeta melhor, menos poluído. Gostaria de lembrar também que na época da privatização, a Comgás tinha pouco mais de mil empregados e hoje geramos mais de 4 mil empregos diretos e indiretos.
Blog: E é por tudo isso que a Comgás é hoje a maior distribuidora de gás natural canalizado do país, atuando na distribuição do gás natural da região metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e Campinas. Quais os principais objetivos conquistados em 2006 e quais as metas de destaque para 2007?
Luis Domenech: Ainda temos que continuar a ampliar nossa rede de distribuição de gás natural para levar nosso combustível a um número maior de clientes. Em 2006 conectamos quase 50 mil novos clientes, passamos a barreira dos 500 mil clientes conectados e vamos trabalhar para superar nossos resultados este ano. Por exemplo, temos como meta conectar 75 mil novos clientes em 2007, o que é um grande desafio, mas estou confiante de que o time Comgás vai conseguir se superar mais uma vez.
Blog: Muitas pessoas não sabem o que é o gás natural e, às vezes até o confundem com o conhecido gás de cozinha, o GLP. Você poderia explicar aos nossos leitores as características, os benefícios e as vantagens deste tipo de combustível? E porque o gás natural é chamado de “combustível verde”?
Luis Domenech: Vou começar falando dos benefícios e vantagens do gás natural. O gás natural é mais seguro que o GLP, que é o gás de botijão, porque o gás natural é mais leve que o ar e no caso de vazamento, por exemplo, se dissipa no ar, o que não ocorre com o GLP, que é mais denso e forma bolsões próximo do solo. Ainda no item segurança, é bom destacar que o gás natural não necessita de armazenagem, o usuário não precisa ficar com botijão dentro de casa, da indústria ou do comércio. Outro item é a praticidade devido ao fornecimento contínuo, o usuário não precisa se preocupar se o botijão está acabando e, além disso, o pagamento é feito somente após o consumo. Há ainda outras vantagens, como aproveitamento total do combustível, ser um produto ecologicamente correto e, além disso, há o Comgás 24 horas, que é um canal direto com os clientes, todos os dias e a toda hora.
O gás natural é considerado um “combustível verde” porque é muito menos poluente que o óleo combustível ou qualquer outro combustível fóssil. Trata-se de um combustível mais limpo e ecologicamente correto. A queima do gás natural emite quantidade menor de material particulado, que é a fumaça preta; é praticamente isento de SO2, que é o enxofre; e emite quantidades menores de CO2, (monóxido de carbono), hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio.
Blog: Quais as principais aplicações do gás natural? Em quais segmentos de mercado ele pode ser utilizado? Existe algum tipo de resistência para trocar a utilização de um combustível mais poluente para o gás natural? Como esse paradigma vem sendo quebrado?
Luis Domenech: O gás natural pode ser usado nos segmentos residencial, comercial, industrial, automotivo e em termos de co-geração. Estamos conseguindo entrar em todos esses mercados. Eu gostaria de aproveitar essa questão ligada ao aspecto ambiental para lembrar que Cubatão, na Baixada Santista, há alguns anos era uma das localidades mais poluídas do Brasil, talvez do mundo. Hoje, a situação é bem diferente, melhorou muito e atualmente, ao contrário do passado negro, as grandes indústrias locais são abastecidas pelo gás natural.
Blog: Gostaríamos de nos concentrar na aplicação do gás natural na geração de energia, na indústria e nos transportes, haja vista que estes segmentos acabam sendo os grandes vilões do aquecimento global. Com exceção do elevado desmatamento que deve ser combatido com maior vigor, o Brasil ainda é um país privilegiado em virtude de sua energia ser gerada, basicamente, através de hidroelétricas, ou seja, nossa energia é de fonte limpa e renovável, e com isso, nossa economia irá se beneficiar do promissor mercado de créditos de carbono em expansão em todo o planeta. Contudo, na área industrial como vem sendo a aceitação à troca de combustíveis fósseis para o gás natural? Quais as principais razões para uma empresa passar a utilizar esse combustível? Em sua opinião, essa conversão pode ser encarada como uma responsabilidade ambiental dessas empresas?
Luis Domenech: Muitas empresas migram para o gás natural devido às questões ambientais, mas o fator que mais pesa para a mudança de combustível é a questão financeira, principalmente quando se trata do setor industrial, mas o gás natural invariavelmente é menos poluente que o óleo combustível, o diesel e todos os demais combustíveis fósseis e somos muito competitivos financeiramente.
Em relação à geração de energia elétrica, o gás natural terá um papel complementar ao do sistema hidrelétrico nacional, para dar maior confiabilidade na produção de energia elétrica.
Blog: Já no setor de transportes, o Brasil vem dando exemplos ao mundo. Primeiro, com o álcool que é um combustível de fonte renovável e já está sendo exportado para outros países, tanto o produto em si como a sua correspondente tecnologia. Seu principal benefício é o de emitir menos poluente na atmosfera em relação à gasolina e à própria emissão de CO² quando da queima do álcool combustível, acaba sendo compensada em função do seqüestro de carbono conseguido na plantação de sua matéria-prima, no caso do Brasil, a cana-de-açúcar. Agora chegou a vez do BioDiesel que também é outro combustível verde que contribuirá com a redução de poluentes. Qual a razão de não haver maior incentivo para a utilização do gás natural veicular (GNV) em outros tipos de veículos, como é o caso do nosso vizinho, a Argentina? E mesmo com pouco incentivo o mercado de GNV cresce a passos largos no país, por quê?
Luis Domenech: O mercado de gás veicular cresce a passos largos principalmente porque oferece economia ao usuário, chegando a 70%. Este é o principal motivo do sucesso. O uso do gás natural em veículos leves é indicado apenas para quem roda pelo menos perto de 100 quilômetros por dia, não é indicado para todos os usuários porque tem o custo da instalação do kit de GNV. Por exemplo, para o usuário que anda mais de 100 quilômetros com seu veículo por dia, demora cerca de seis meses para conseguir o retorno do investimento feito, para depois realmente economizar. Particularmente não sou a favor de subsidio para veículos leves a gás natural. Agora, sou um defensor ferrenho do uso do gás natural para ônibus urbanos e para transporte de carga de curta distância.
Blog: Recentemente, lançamos a 1ª Pesquisa sobre Código de Ética Corporativo no Brasil com o objetivo principal de motivar o maior número de empresas na elaboração e adoção desse instrumento. Nessa inédita pesquisa, constatamos que a Comgás possui sua Declaração de Princípios. Qual a sua importância?
Luis Domenech: A Comgás tem uma Declaração de Princípios e Valores e a ética é um dos nossos principais valores. Para a empresa é muito importante a transparência em tudo que é feito, tanto junto aos clientes, como ao acionista, ao regulador e a todos os nossos fornecedores e parceiros.
O RH da Comgás está desenvolvendo um grupo de trabalho para a formulação de um Código de Ética da empresa. Neste grupo membros representando todas as áreas da empresa construirão nosso Código de Ética.
Blog: O que significa Responsabilidade Social Corporativa para a Comgás?
Luis Domenech: Com a privatização, a Comgás passou por uma grande transformação e, desde então, tem trabalhado a questão da sustentabilidade nos seus processos, equilibrando o bom desempenho econômico-financeiro com respeito ao meio ambiente e a excelência na gestão de seu relacionamento com os diversos públicos de interesse, promovendo o desenvolvimento social por meio de iniciativas diversas e pela própria natureza de seu produto, o gás natural.
Blog: E é essa seriedade que levou a Comgás a elaborar a política de Investimento Social? Em linhas gerais, qual a finalidade dessa política?
Luis Domenech: Seriedade e busca pela excelência pautam a performance de nossos investimentos nesta área. Em 2000, motivada por seus acionistas (Grupo BG e Shell), a Comgás pôde desenvolver uma Política de Investimento Social sólida e avançada.
Ao elaborar a Política de Investimento Social e os projetos que dela derivaram, a empresa buscou fortalecer e sedimentar sua atuação na área social. Por isso, ancorou-a em seus valores corporativos, de forma estruturada (com alocação de recursos, planejamento de longo prazo e visando à sustentabilidade) e estratégica, de modo a gerar ações efetivas e inovadoras que possam ser disseminadas em parcerias com outros segmentos da sociedade.
A companhia busca sempre considerar a co-responsabilidade e a capacidade das comunidades de operar suas mudanças.
Blog: Quais as principais ações de responsabilidade social desenvolvidas pela Comgás?
Luis Domenech: De nosso política, originaram-se três programas:
1. Aprendiz Comgás: dirigido a jovens;
2. Projeto de Educação Ambiental: para crianças;
3. Voluntariado: para os empregados, terceiros e respectivos familiares.
Blog: Gostaríamos que você destacasse o exemplar Progama Aprendiz Comgás – o PAC? Quais seus objetivos e projetos mais significativos?
Luis Domenech: O Programa Aprendiz Comgás trabalha com jovens de 14 a 18 anos, estudantes de escolas públicas (80%) e privadas (20%). Os adolescentes são convidados a participar ativamente de programas em suas comunidades por meio de projetos que eles mesmos propõem e desenvolvem. Assim, o programa trabalha com o conceito de protagonismo juvenil, em que os jovens são atores e autores de iniciativas em prol de suas comunidades. Em consonância com a Política de Investimento Social que visa a geração de tecnologias sociais, o Aprendiz Comgás foi criado na cidade de São Paulo e expandido gradualmente em direção ao interior, na etapa chamada DisseminAção. Essa etapa forma educadores-multiplicadores que vão replicar o programa no interior.
Em 2005, o programa chegou aos municípios de Hortolândia, Americana, Indaiatuba, Jaguariúna e Pedreira, na região de Campinas. Em 2004, já havia contemplado São José dos Campos (Vale do Paraíba), São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (no Grande ABC). Em 2006, a ação foi focada no município de Campinas.
Desde sua fundação, em 2000, já passaram mais de 1100 jovens em 200 projetos sociais em São Paulo. No interior, em dois anos, foram mais de 70 professores e 600 jovens de escolas públicas envolvidos na elaboração de projetos sociais nos seus municípios.
Blog: Em sua opinião, qual a importância de uma empresa elaborar seu Balanço Social? A Comgás é adepta a esta prática empresarial? Por quê?
Luis Domenech: Fundamental, sem dúvida. A Comgás publicou seu primeiro Balanço Social em 2002. Hoje, produzimos um relatório único, o de Sustentabilidade, mostrando a performance das três importantes vertentes do desenvolvimento sustentável de forma integrada: o ambiental, o social e o econômico. Seguimos o padrão GRI, Global Reporting Initiative, adotado mundialmente como referência.
As empresas hoje têm sua participação e atuação social ampliadas. É importante ser transparente e comunicar em que medida e como elas têm contribuído, interna e externamente, com a promoção do desenvolvimento sustentável.
Blog: A elaboração desse instrumento é característica de grandes empresas?
Luis Domenech: Não. Acredito que a intenção de comunicar seu desempenho com transparência é hoje percebida e valorizada pela sociedade, independente do porte da empresa.
Blog: Quais as dicas que você pode deixar aos jovens que desejam ser os Líderes Socialmente Responsáveis de amanhã?
Luis Domenech: Que comecem hoje. A Comgás tem um compromisso forte com a juventude. Por isso, investe no Aprendiz Comgás, seu carro-chefe na área social, e busca valorizar o empreendedorismo juvenil. Acreditamos que o jovem pode e deve ser estimulado a ser ator e autor de intervenções na comunidade, contribuindo de forma ativa na sociedade.
Blog: O Blog Ética nos Negócios quer agradecer imensamente o presidente da Comgás, Luis Domenech, por tão honrosa oportunidade. Muito obrigado por sua participação no Entrevista CEO. Um abraço!
Luis Domenech: A satisfação é toda nossa!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Jairo Yamamoto da Medley

O convidado de hoje no Entrevista CEO do Blog Ética nos Negócios é o líder da empresa que ocupava em 2000 a 28ª posição no ranking das indústrias farmacêuticas no Brasil e apenas cinco anos depois, saltou para a 3ª colocação, sendo impulsionada pelo pioneirismo na fabricação de medicamentos genéricos no final da década de 90, que contribuiu significativamente para esses resultados e até hoje, sua empresa é a líder de mercado desse importante segmento, auxiliando a transformar a saúde em um bem acessível a todos.
A sede desta companhia se encontra em Campinas, uma das principais cidades do país e a mais importante do Estado de São Paulo, depois da capital. Seu nome é Jairo Yamamoto e ele é o presidente da Medley S/A – Indústria Farmacêutica.
Blog: Boa tarde Jairo. É uma prazer receber você no nosso blog.
Jairo Yamamoto: Boa tarde, o prazer é meu, principalmente, pela possibilidade de conversarmos sobre um assunto tão importante como a ética nos negócios.
Blog: Sempre iniciamos nosso bate papo solicitando aos nossos entrevistados que falem sobre eles mesmos. Você pode nos contar quem é Jairo Yamamoto?
Jairo Yamamoto: Sou um profissional que adora o trabalho e acredita que a disciplina, persistência e a ética são valores fundamentais para o sucesso das pessoas, em qualquer aspecto de sua vida.
Blog: Conte-nos sobre sua carreira e como é ser o presidente de uma das melhores empresas para se trabalhar de acordo com o guia da Revista EXAME? Este clima organizacional acaba contribuindo para os fantásticos resultados alcançados pela Medley nesses últimos anos? E, qual o peso dos valores de sua empresa nestes resultados?
Jairo Yamamoto: Sou Economista com MBA em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e MBA pela Fundação Dom Cabral. Iniciei minha carreira profissional no Banco do Brasil onde trabalhei por 15 anos. Estou na Indústria Farmacêutica também há cerca de 15 anos, sendo dez pela Medley, onde assumi a presidência em 2002.
Com certeza, o clima organizacional é um dos fatores mais importantes para o sucesso de uma empresa, pois, por mais avanços tecnológicos que aconteçam, as pessoas são e fazem toda a diferença nos rumos de uma corporação. Na Medley, temos a constante preocupação em garantir uma melhor qualidade de vida aos nossos colaboradores e trabalhar para que o ambiente organizacional seja sempre positivo.

Blog: Em 2006 a Medley comemorou 10 anos, certo? Quais foram os avanços significativos ocorridos durante essa década?

Jairo Yamamoto: Ao longo desses 10 anos muitos avanços aconteceram na Indústria Farmacêutica, na economia do país e, conseqüentemente, na Medley. Em especial, destaco o crescimento das indústrias farmacêuticas nacionais, principalmente, com o advento dos medicamentos genéricos, um grande avanço em termos de acessibilidade de medicamentos às pessoas. Além disso, a estabilização da economia nacional, e a melhora da qualidade de vida das pessoas, (que gerou um aumento na expectativa de vida dos brasileiros), foram fatos importantes para o crescimento da companhia.

Blog: Mas, esse sucesso não se dá apenas no Brasil? Você poderia comentar sobre os negócios da Medley na América Latina e na Europa?

Jairo Yamamoto: Há cerca de cinco anos a Medley iniciou o trabalho de exportação. Os negócios internacionais estão indo tão bem, que foi criado um departamento exclusivo para coordenar os trabalhos nessa área. Em 2007, além de ingressar em novos países da América Latina, a Medley estuda a possibilidade de ampliar a gama de produtos a serem exportados.

Blog: Atualmente, a Medley possui uma gestão executiva, ou seja, os integrantes da família que fundou a empresa transferem seus cargos diretivos para executivos. Quando ocorreu essa transição? Como ela se deu? Quais as semelhanças e diferenças de uma gestão familiar para a executiva? E, quais as vantagens desse tipo de gestão para os negócios?

Jairo Yamamoto: A transição aconteceu em 2001. Ela se deu de uma maneira muito estruturada, planejada e transparente. A família acionista deixou seus cargos diretivos e passou a comandar o conselho da corporação. Automaticamente, todos os cargos executivos foram profissionalizados. As mudanças estão na forma de conduzir o trabalho que não está diariamente sob a supervisão do acionista. Por um lado, temos mais autonomia nas decisões corporativas, por outro, muito mais responsabilidade. Porém, o importante nessa relação é a confiança entre acionistas e seus executivos. Na Medley, essa sintonia existe e agrega muito valor nos rumos da corporação.

Blog: Como foram os resultados da Medley este ano e quais as perspectivas para 2007? E, quais os desafios do mercado farma para esse final de década?

Jairo Yamamoto: O ano de 2006 foi muito positivo para a Medley. A empresa saltou da sexta colocação para a terceira no ranking setorial; bateu recordes na produção; no mercado de genéricos e no seu market-share total. O cenário da indústria farmacêutica mundial para esse final de década, aponta para a expiração de patentes de medicamentos muito importantes, e o crescimento do mercado dos medicamentos genéricos, centralizando a competição em grandes corporações. Por isso, mais do que nunca, a agilidade para se adaptar às transformações é um fator primordial para as corporações que pretendem continuar acompanhando os rumos do mercado.

Blog: A Medley é uma empresa farmacêutica e, evidentemente, produz medicamentos para a população. Quais as preocupações que uma empresa desse setor deve ter? Quais os aspectos importantes desenvolvidos por sua empresa nesse sentido?

Jairo Yamamoto: As principais preocupações de uma indústria farmacêutica sempre devem girar em torno da qualidade e eficácia de seus medicamentos. Na Medley, essa preocupação é encarada como respeito ao nosso consumidor, principalmente, pois, acima de tudo, trabalhamos para facilitar o acesso das pessoas aos medicamentos. Além de seguir rigorosamente todos os preceitos das autoridades sanitárias que regem o setor, a Medley procura aprimorar a sua cadeia de produção, seja por meio da implantação das práticas mais modernas e seguras de industrialização, como também na seleção e desenvolvimento dos parceiros envolvidos no processo.

Blog: Para muitas pessoas, os Medicamentos Genéricos, por serem muito mais baratos, não tem a mesma qualidade encontrada nos produtos tradicionais, inclusive recente pesquisa realizada no país, demonstrou que a população de maior poder aquisitivo é a maior consumidora dos produtos genéricos. A que se deve esse paradigma? Quais as ações que podem ser tomadas para reverter esse quadro e aumentar o consumo dos genéricos?

Jairo Yamamoto: Acho que a palavra chave nessa questão é informação. Para levar em sua embalagem o símbolo de um medicamento genérico (a letra G em fundo amarelo), todos os medicamentos são submetidos a rigorosos testes e controle de qualidade que garantem a mesma eficácia do produto referência. O preço mais barato é uma vantagem para a população que consegue ter acesso aos medicamentos e possibilidade de manter tratamentos com menor custo. A questão é entender que genérico (com o símbolo, a letra G na embalagem) é diferente dos medicamentos similares, muitas vezes mais barato, mas, que não possuem todos os testes de qualidades exigidos pelas autoridades sanitárias. A melhor maneira para quebrar esse paradigma é continuar comunicando os benefícios dos medicamentos genéricos. A Medley procura sempre levar essa mensagem em sua comunicação institucional. Seria muito importante que o governo continuasse a divulgar os benefícios dos genéricos, pois, com certeza, auxiliaria na qualidade de vida das pessoas.

Blog: Você pode comentar um pouco sobre a Farmácia Popular. Quais são as vantagens deste programa criado pelo Governo Federal e quem pode se beneficiar?

Jairo Yamamoto: A Farmácia Popular é o primeiro programa de co-participação entre indústria e governo, onde o governo paga 90% do valor do medicamento e o paciente 10%. O intuito é o de facilitar o acesso de medicamentos às pessoas carentes do país. Desta maneira, a Medley que sempre esteve a frente de propostas com este objetivo, não poderia deixar de participar e incentivar o programa. As pessoas que utilizam medicamentos contínuos são as mais beneficiadas, pois podem adquiri-los a menor custo, o que barateia o tratamento. O programa deve ser mais estimulado, com a inclusão de novas moléculas.

Blog: No mês de dezembro foi comemorado o Dia Internacional contra a Corrupção. Um número divulgado pela própria ONU – Organização das Nações Unidas nos assustou bastante. O mercado de medicamentos mundial movimenta US$ 50 bilhões e 25% desse montante não chega a onde deveria chegar, ou seja, a corrupção abocanha US$ 10 bilhões em detrimento da saúde e da melhora da qualidade de vida dos cidadãos e das cidadãs. Em sua opinião, o que se pode fazer para combater os malefícios da corrupção que atrapalha e acaba corroendo o desenvolvimento das nações?

Jairo Yamamoto: A corrupção realmente é um mal que atinge diretamente na qualidade de vida das pessoas. Acredito que somente com implantação de políticas sérias e rigorosas, possa haver um maior controle desse problema.

Blog: A corrupção é a falta de ética na esfera pública. Para você, qual a importância da ética no mundo dos negócios? Quais são suas vantagens competitivas? Como engajar todos os colaboradores no dia-a-dia ético de uma empresa? Isso também vale para a cadeia produtiva?

Jairo Yamamoto: A ética é fundamental em qualquer esfera de sua vida. No mundo dos negócios ela é responsável por determinar a “alma” da empresa. Ser ético com seus colaboradores, parceiros, clientes, e consumidores tem uma implicação direta na imagem da corporação e na sua própria sustentabilidade.

Blog: Hoje a meta do meio empresarial são os negócios sustentáveis. O que isso significa? Qual sua importância? E, quais as ações corporativas de maior destaque que poderão fazer uma empresa alcançar mais rapidamente essa sustentabilidade?

Jairo Yamamoto: A busca pela sustentabilidade, ou seja, a continuidade dos negócios da empresa sem prejudicar as gerações futuras, e sim garantir suas necessidades por meio de ações equilibradas no presente, é uma grande aspiração da Medley. Atualmente, já desenvolvemos projetos que visam aperfeiçoar nossos relacionamentos e procuramos difundir, cada vez mais, princípios do Pacto Global e das Metas do Milênio, estabelecendo indicadores sociais, ambientais e econômicos, para promover e consolidar o tema entre os nossos stakeholders. Acreditamos que o trabalho em conjunto, auxiliando no desenvolvimento dos parceiros de nossa cadeia de produção é fundamental para alcançar o nosso objetivo.

Blog: Essa sustentabilidade passa pela Responsabilidade Social Corporativa. Para Medley, qual a relevância desse tema para os negócios? E, quais as atividades sociais desenvolvidas em 2006?

Jairo Yamamoto: Sim, com a estruturação do departamento de Responsabilidade Social Corporativa, definimos nossa atuação em torno de quatro pilares essenciais:

a) Responsabilidade individual: considerada um princípio fundamental, pois tem papel de destaque no processo de conscientização e disseminação das práticas socialmente responsáveis.

b) Responsabilidade econômica: pressupõe a eficiência econômica, a geração e distribuição de riqueza e lucro, em benefício do desenvolvimento da sociedade, com uma atuação ética.

c) Responsabilidade social: atua para fazer valer os direitos humanos, respeitar as leis e preocupar-se com a saúde e a segurança no trabalho.

d) Responsabilidade ambiental: busca a preservação dos recursos naturais, a partir de atitudes que evitem impactos negativos e despertem para ações pró-ativas na recuperação do meio-ambiente.

Essas diretrizes de sustentabilidade traduzem os esforços da empresa em seguir definições internacionais, como o Triple Botton Line, que ressalta a importância do equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e econômico. A intenção é que todos os projetos desenvolvidos pela corporação passem a atender esses preceitos ao longo do tempo.

O departamento de Responsabilidade Social Corporativa tem por objetivo propagar um modelo de gestão diferenciada em que predomina a relação de respeito com os públicos que impactam e são impactados em nossos negócios. Alem disso, visa incentivar a cooperação e as estratégias de longo prazo. Acreditamos que este modelo de gestão e o caminho para a perenidade da empresa.

Blog: Uma empresa do setor farmacêutico também tem que se preocupar com o Meio Ambiente? Quais as ações ambientais realizadas pela Medley?
Jairo Yamamoto: Com certeza, as questões ambientais são muito importantes para a Indústria Farmacêutica e são vistas na Medley com extremo cuidado. A empresa se preocupa com a reutilização da água da companhia, incentiva e realiza a coletiva seletiva de lixo, promove campanhas internas e externas com esse objetivo e, recentemente, apoiou de maneira majoritária a construção de uma cooperativa modelo para reciclagem de lixo nas imediações da sede da empresa.
Blog: A Medley não coleciona vitórias somente nas vendas de medicamentos genéricos no Brasil, mas também nas pistas da principal categoria do automobilismo nacional: a StockCar. Qual a importância de uma empresa também investir no esporte? Quais os objetivos e os benefícios atingidos?
Jairo Yamamoto: Além do automobilismo, a Medley também apóia duplas de vôlei de praia, o iatista Robert Scheidt e atletas portadores de deficiência física. Por meio do trabalho de marketing esportivo, a Meldey associa sua marca e seus produtos a atletas de diversas modalidades que referendam os valores cultuados pela empresa, ligados à saúde e ao bem-estar. (Conheça os patrocínios da Medley)
Blog: Que conselhos você daria àquele jovem que deseja ter sucesso em sua carreira profissional?
Jairo Yamamoto: Trabalhe com energia e paixão. Procure fazer além do que lhe é pedido, porém, sempre atuando da maneira mais ética possível. Não desanime com tropeços iniciais, pelo contrário, procure tirar proveito das adversidades para transformá-las em oportunidades de aprendizagem e crescimento.
Blog: Você gostaria de falar sobre algum outro ponto importante? Fique a vontade!
Jairo Yamamoto: Gostaria de agradecer pela oportunidade de conversar sobre assuntos tão significativos, além de mostrar um pouco do trabalho que realizamos na Medley Indústria Farmacêutica, uma empresa nacional que tem orgulho de promover saúde e bem-estar.
Blog: Queremos agradecer o Jairo Yamamoto – CEO da Medley – por sua participação no Blog Ética nos Negócios. Este espaço estará sempre aberto a você e a empresa a qual você representa. Obrigado, foi uma satisfação para nós!
Jairo Yamamoto: Muito obrigado e fiquem a vontade para nos procurar.