terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Ricardo Bomeny do Bob´s
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Luis Domenech da Comgás
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Jairo Yamamoto da Medley
Blog: Em 2006 a Medley comemorou 10 anos, certo? Quais foram os avanços significativos ocorridos durante essa década?
Jairo Yamamoto: Ao longo desses 10 anos muitos avanços aconteceram na Indústria Farmacêutica, na economia do país e, conseqüentemente, na Medley. Em especial, destaco o crescimento das indústrias farmacêuticas nacionais, principalmente, com o advento dos medicamentos genéricos, um grande avanço em termos de acessibilidade de medicamentos às pessoas. Além disso, a estabilização da economia nacional, e a melhora da qualidade de vida das pessoas, (que gerou um aumento na expectativa de vida dos brasileiros), foram fatos importantes para o crescimento da companhia.
Blog: Mas, esse sucesso não se dá apenas no Brasil? Você poderia comentar sobre os negócios da Medley na América Latina e na Europa?
Jairo Yamamoto: Há cerca de cinco anos a Medley iniciou o trabalho de exportação. Os negócios internacionais estão indo tão bem, que foi criado um departamento exclusivo para coordenar os trabalhos nessa área. Em 2007, além de ingressar em novos países da América Latina, a Medley estuda a possibilidade de ampliar a gama de produtos a serem exportados.
Blog: Atualmente, a Medley possui uma gestão executiva, ou seja, os integrantes da família que fundou a empresa transferem seus cargos diretivos para executivos. Quando ocorreu essa transição? Como ela se deu? Quais as semelhanças e diferenças de uma gestão familiar para a executiva? E, quais as vantagens desse tipo de gestão para os negócios?
Jairo Yamamoto: A transição aconteceu em 2001. Ela se deu de uma maneira muito estruturada, planejada e transparente. A família acionista deixou seus cargos diretivos e passou a comandar o conselho da corporação. Automaticamente, todos os cargos executivos foram profissionalizados. As mudanças estão na forma de conduzir o trabalho que não está diariamente sob a supervisão do acionista. Por um lado, temos mais autonomia nas decisões corporativas, por outro, muito mais responsabilidade. Porém, o importante nessa relação é a confiança entre acionistas e seus executivos. Na Medley, essa sintonia existe e agrega muito valor nos rumos da corporação.
Blog: Como foram os resultados da Medley este ano e quais as perspectivas para 2007? E, quais os desafios do mercado farma para esse final de década?
Jairo Yamamoto: O ano de 2006 foi muito positivo para a Medley. A empresa saltou da sexta colocação para a terceira no ranking setorial; bateu recordes na produção; no mercado de genéricos e no seu market-share total. O cenário da indústria farmacêutica mundial para esse final de década, aponta para a expiração de patentes de medicamentos muito importantes, e o crescimento do mercado dos medicamentos genéricos, centralizando a competição em grandes corporações. Por isso, mais do que nunca, a agilidade para se adaptar às transformações é um fator primordial para as corporações que pretendem continuar acompanhando os rumos do mercado.
Blog: A Medley é uma empresa farmacêutica e, evidentemente, produz medicamentos para a população. Quais as preocupações que uma empresa desse setor deve ter? Quais os aspectos importantes desenvolvidos por sua empresa nesse sentido?
Jairo Yamamoto: As principais preocupações de uma indústria farmacêutica sempre devem girar em torno da qualidade e eficácia de seus medicamentos. Na Medley, essa preocupação é encarada como respeito ao nosso consumidor, principalmente, pois, acima de tudo, trabalhamos para facilitar o acesso das pessoas aos medicamentos. Além de seguir rigorosamente todos os preceitos das autoridades sanitárias que regem o setor, a Medley procura aprimorar a sua cadeia de produção, seja por meio da implantação das práticas mais modernas e seguras de industrialização, como também na seleção e desenvolvimento dos parceiros envolvidos no processo.
Blog: Para muitas pessoas, os Medicamentos Genéricos, por serem muito mais baratos, não tem a mesma qualidade encontrada nos produtos tradicionais, inclusive recente pesquisa realizada no país, demonstrou que a população de maior poder aquisitivo é a maior consumidora dos produtos genéricos. A que se deve esse paradigma? Quais as ações que podem ser tomadas para reverter esse quadro e aumentar o consumo dos genéricos?
Jairo Yamamoto: Acho que a palavra chave nessa questão é informação. Para levar em sua embalagem o símbolo de um medicamento genérico (a letra G em fundo amarelo), todos os medicamentos são submetidos a rigorosos testes e controle de qualidade que garantem a mesma eficácia do produto referência. O preço mais barato é uma vantagem para a população que consegue ter acesso aos medicamentos e possibilidade de manter tratamentos com menor custo. A questão é entender que genérico (com o símbolo, a letra G na embalagem) é diferente dos medicamentos similares, muitas vezes mais barato, mas, que não possuem todos os testes de qualidades exigidos pelas autoridades sanitárias. A melhor maneira para quebrar esse paradigma é continuar comunicando os benefícios dos medicamentos genéricos. A Medley procura sempre levar essa mensagem em sua comunicação institucional. Seria muito importante que o governo continuasse a divulgar os benefícios dos genéricos, pois, com certeza, auxiliaria na qualidade de vida das pessoas.
Blog: Você pode comentar um pouco sobre a Farmácia Popular. Quais são as vantagens deste programa criado pelo Governo Federal e quem pode se beneficiar?
Jairo Yamamoto: A Farmácia Popular é o primeiro programa de co-participação entre indústria e governo, onde o governo paga 90% do valor do medicamento e o paciente 10%. O intuito é o de facilitar o acesso de medicamentos às pessoas carentes do país. Desta maneira, a Medley que sempre esteve a frente de propostas com este objetivo, não poderia deixar de participar e incentivar o programa. As pessoas que utilizam medicamentos contínuos são as mais beneficiadas, pois podem adquiri-los a menor custo, o que barateia o tratamento. O programa deve ser mais estimulado, com a inclusão de novas moléculas.
Blog: No mês de dezembro foi comemorado o Dia Internacional contra a Corrupção. Um número divulgado pela própria ONU – Organização das Nações Unidas nos assustou bastante. O mercado de medicamentos mundial movimenta US$ 50 bilhões e 25% desse montante não chega a onde deveria chegar, ou seja, a corrupção abocanha US$ 10 bilhões em detrimento da saúde e da melhora da qualidade de vida dos cidadãos e das cidadãs. Em sua opinião, o que se pode fazer para combater os malefícios da corrupção que atrapalha e acaba corroendo o desenvolvimento das nações?
Jairo Yamamoto: A corrupção realmente é um mal que atinge diretamente na qualidade de vida das pessoas. Acredito que somente com implantação de políticas sérias e rigorosas, possa haver um maior controle desse problema.
Blog: A corrupção é a falta de ética na esfera pública. Para você, qual a importância da ética no mundo dos negócios? Quais são suas vantagens competitivas? Como engajar todos os colaboradores no dia-a-dia ético de uma empresa? Isso também vale para a cadeia produtiva?
Jairo Yamamoto: A ética é fundamental em qualquer esfera de sua vida. No mundo dos negócios ela é responsável por determinar a “alma” da empresa. Ser ético com seus colaboradores, parceiros, clientes, e consumidores tem uma implicação direta na imagem da corporação e na sua própria sustentabilidade.
Blog: Hoje a meta do meio empresarial são os negócios sustentáveis. O que isso significa? Qual sua importância? E, quais as ações corporativas de maior destaque que poderão fazer uma empresa alcançar mais rapidamente essa sustentabilidade?
Jairo Yamamoto: A busca pela sustentabilidade, ou seja, a continuidade dos negócios da empresa sem prejudicar as gerações futuras, e sim garantir suas necessidades por meio de ações equilibradas no presente, é uma grande aspiração da Medley. Atualmente, já desenvolvemos projetos que visam aperfeiçoar nossos relacionamentos e procuramos difundir, cada vez mais, princípios do Pacto Global e das Metas do Milênio, estabelecendo indicadores sociais, ambientais e econômicos, para promover e consolidar o tema entre os nossos stakeholders. Acreditamos que o trabalho em conjunto, auxiliando no desenvolvimento dos parceiros de nossa cadeia de produção é fundamental para alcançar o nosso objetivo.
Blog: Essa sustentabilidade passa pela Responsabilidade Social Corporativa. Para Medley, qual a relevância desse tema para os negócios? E, quais as atividades sociais desenvolvidas em 2006?
Jairo Yamamoto: Sim, com a estruturação do departamento de Responsabilidade Social Corporativa, definimos nossa atuação em torno de quatro pilares essenciais:
a) Responsabilidade individual: considerada um princípio fundamental, pois tem papel de destaque no processo de conscientização e disseminação das práticas socialmente responsáveis.
b) Responsabilidade econômica: pressupõe a eficiência econômica, a geração e distribuição de riqueza e lucro, em benefício do desenvolvimento da sociedade, com uma atuação ética.
c) Responsabilidade social: atua para fazer valer os direitos humanos, respeitar as leis e preocupar-se com a saúde e a segurança no trabalho.
d) Responsabilidade ambiental: busca a preservação dos recursos naturais, a partir de atitudes que evitem impactos negativos e despertem para ações pró-ativas na recuperação do meio-ambiente.
Essas diretrizes de sustentabilidade traduzem os esforços da empresa em seguir definições internacionais, como o Triple Botton Line, que ressalta a importância do equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e econômico. A intenção é que todos os projetos desenvolvidos pela corporação passem a atender esses preceitos ao longo do tempo.
O departamento de Responsabilidade Social Corporativa tem por objetivo propagar um modelo de gestão diferenciada em que predomina a relação de respeito com os públicos que impactam e são impactados em nossos negócios. Alem disso, visa incentivar a cooperação e as estratégias de longo prazo. Acreditamos que este modelo de gestão e o caminho para a perenidade da empresa.